Uma coisa simples mas que faz toda a diferença em qualquer empresa que lida com o público: atendimento de qualidade. Se tem uma coisa no mundo em que eu não sou lá essas coca-colas é cozinhar, e como moro sozinha tenho duas escolhas, ou me aventuro na incrível arte culinária ou procuro um restaurante em conta. A ultima opção é sempre a melhor pois só assim como direito.
Perto da minha faculdade, tem um desses, não chega a ser beeeem um restaurante. Trata-se da casa da dona mesmo, onde ela faz comida em uma quantidade considerável e vende os pratos prontos a R$6,00. O ambiente lembra bem a casa de uma tia querida, até mesmo a casa da vovó, o mesmo eu digo do atendimento, a coisa é tão intimista a comida é tão gostosa que dá vontade de voltar sempre! Semana passada eu fui no centro de Recife para mandar imprimir meu portfólio de fotografias, a loja tinha os preços até interessantes mas o atendimento era uma porcaria.
Primeiro que os funcionários pareciam não saber o que estavam fazendo e pior, deixavam isso bem claro. Não é por que eu estudo fotografia não mas creio que é uma questão de respeito com quem fica do lado de cá do balcão, principalmente em se tratando de restauração de fotos antigas, que são sempre carregadas de sentimentos. Explico o que me motivou a escrever esse post. Quando fui deixar o material digital chegou um senhor com uma foto um pouco menor do que a medida comum [10X15].
A foto estava um pouquinho desbotada, só isso, não haviam ranhuras, manchas, ou qualquer coisa que realmente tivesse danificado a imagem. Ele foi saber quanto era uma restauração e queria amplia-la num tamanho consideravelmente grande. Primeiro a balconista, com a delicadeza de uma jumenta, disse que não sabia se eles fazia o tipo de serviço [oi?!]. Daí por uma janelinha de vidro ela passou a foto para o que deveria ser o laboratorista, que, tal qual um atirador de elite, nem se deu o trabalho de sair da salinha em que estava para explicar que não tinha o que restaurar e no tamanho que o senhor queria não ia ficar bom.
Até então ninguém tinha falado em preço e o senhor insistia em saber quanto seria, e a balconista, com a leveza de um paquiderme respondia trucentas vezes: "Aqui não faz! Aqui não faz!". Nessa hora eu tive que intervir: "Ele só quer saber quanto seria a ampliação...", só então ela falou em preço, mesmo assim reforçou que ia ficar ruim sem explicar o porquê. Nessa hora o homem já estava contando a história da foto pra ele, que era a turminha da escola da esposa, que queria fazer-lhe uma surpresa que se surpreendeu com a presença da mãe dele na foto... Juro fiquei comovida e incrível com a insensibilidade dos atendentes!
Peguei meu canhoto pra buscar as minhas fotos horas depois. Lógico eu já tinha me oferecido pra fazer o trabalho que eles se negaram a fazer na loja. O pagamento? R$5,00, uma água de côco e uma história para contar. Fotografia é memória, é lembrança, é apego, é sentimento acima de tudo sentimento. Se um atendente desses desmerece uma foto, por mais simples que seja está desmerecendo o sentimento dos outros, e creia, isso vai muito além de questões técnicas. Se o laboratorista tivesse um tiquinho de bom senso sairia de onde estava para conversar com o dono da foto e explicar o que poderia ou não ser feito. Foi o que fiz.
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